Mulher Presente, Hoje e Sempre!

domingo, 18 de março de 2018

Marielle Franco era uma mulher guerreira, lutadora de causas humanitárias, defensora de todas nós mulheres, e foi executada para se tornar um símbolo de luta!


 Estamos em 2018. Mulheres ainda morrem por serem mulheres. Mulheres ainda são julgadas por não quererem ser mães. Mulheres ainda são chamadas de vagabundas por falarem de sexo. Mulheres ainda são estupradas porque "estavam pedindo" com suas roupas. Mulheres ainda são vítimas de assédio e "são culpadas" por isso. Mulheres ainda não podem sair na rua sem que tenham um homem para protegê-las. Mulheres ainda não podem vestir roupa curta. Mulheres ainda não podem decidir sobre sua depilação. Mulheres ainda não são mulheres, são apenas femininas, do lar, esposas e mães. Estamos em 2018. Será?

Divulgação: Mídia Ninja
Marielle tinha 38 anos. Era mulher, negra, lésbica, feminista, defensora dos direitos humanos, mas ela era mais que isso. Ela lutava. Enquanto multidões se calavam diante dos horrores que aconteciam ao seu redor, ela falava. E falou tanto que foi assassinada por isso. Mas sua morte não calou nem a ela, nem a nós.

(*)No Brasil, hoje, a cada 1,4 segundo, uma mulher é vítima de assédio. A cada 7,2 segundos uma mulher é vítima de violência física. A cada 6,9 segundos, uma mulher é vítima de perseguição. A cada 2 segundos, uma mulher é vítima de violência verbal ou física. Dentre tantos números que representam o quanto nós sofremos a cada segundo, existe também o número de vezes em que as mulheres se calam, em que não pedem ajuda. O número de vezes que alguém foi conivente com essa atitude, que viu a agressão e não fez nada, continuou andando. Isso também é violência, também é ser agressor.

Photo by Derek Torsani on Unsplash
A nossa luta é em conjunto. É solidária, é acolhedora, é necessária. Não podemos permitir que as mulheres continuem sendo tratadas dessa forma, que a gente ainda precise pedir por ajuda, que a gente ainda continue morrendo por fazer isso. Precisamos de outras pessoas vendo isso. Do padeiro que acha que é responsabilidade da sua mulher cuidar dos filhos. Do açougueiro que acha que sua filha não pode sair de roupa curta porque uma mulher que se dê o respeito não faz isso. Do médico que acha que a sua irmã deve casar logo porque só assim vai ser realizada. Do marido que bate na sua mulher porque teve ciúmes.

Tenhamos força para conseguirmos falar mesmo quando interrompidas, para gritar quando nos calarem, para lutar quando nos tiverem cansado. Tenhamos força para sermos mulheres no quinto país que mais mata mulheres no mundo e que, no dia 14 de março, matou mais uma que se tornou todas nós juntas.

Photo by William Stitt on Unsplash

*(dados do Relógio da Violência, Instituto Maria da Penha)

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